O enunciado dizia que não se trata de respostas a perguntas, mas de um texto no qual deviam estar contidas estas ideias sistematizadas de modo a terem estas dimensões da reflexão.  

Infelizmente, a participação neste fórum foi de apenas 37% (22 de 58 estudantes), com a agravante de que não se pode considerar como participação o que Aquiles, Armando, Pedro Mondlane, Feyzel e Lídia lançaram no fórum. 

Continuamos a ter estudantes que submetem de forma repetida as suas postagens, chegando até a 3-4 repetições. Controlem a ansiedade. 

Foi já dito que no texto em si não precisam de escrever nomes: o sistema já fornece automaticamente o nome do participante. Escrever o nome só sobrecarrega a leitura. Então é de eliminar nomes e apresentações no texto.

Antes de realizar qualquer actividade, é crucial conhecer e compreender as instruções. Torna-se, então,  necessário ler o enunciado. Podem discutir uns com os outros, mas têm todos de ler as indicações de modo a garantirem que a participaçã vai de encontro ao esperado/pedido. Desse modo, evitam falsas participações como o que foi postado por alguns dos colegas supramencionados. 

No geral, os que fizeram o trabalho, fizeram um bons comentários no que se refere às aprendizagens. Foi bom notar como ganharam consciência das regras. Agora compete aplicar tais regras ao escrever seja o que for e ao verificar/rever um texto escrito. Só assim será considerado aprendizagem real.

Do que continua obscuro vou tecer alguns considerandos, como segue.

Existem duas variedades normalizadas do português: a norma europeia e a norma brasileira. Também, cada uma destas normas tem a sua nomenclatura gramatical. 

Em Moçambique usa-se a norma e a nomenclatura europeias. Daí que escrevamos género, fenómeno, tónico, sinónimo… digamos conjuntivo, palabvra aguda, esdrúxula... diferentemente da forma brasileira.

Além disto, há que referir o Acordo Ortográfico de 1990 que vigora em Portugal, Brasil e Cabo Verde. 

Moçambique ainda não adoptou esse acordo e por isso devemos escrever tal como o fazíamos antes da entrada em vigor deste acordo. Esta é também a razão pela qual no VULA está o dicionário antes do acordo ortográfico e se adoptou a Gramática de Costa e Rothes (2015).

 Em suma, embora sigamos a norma linguística e a nomenclatura portuguesa, a norma ortográfica não é a mesma, pelo menos até agora. Isto implica que tenhamos muito mais atenção ao escrever palavras (e seus derivados) e ao rever textos no formato digital. 

Há que ter muito cuidado com as palavras que seguem e seus derivados: correcto, acto, acção, exacto, óptimo, redacção, adaptar, adoptar, baptista, direcção, etc.

Embora possam ler muitos artigos de origem brasileira, devem ser capazes de discernir a ortografia brasileira da que é reconhecida em Moçambique. Assim, não só devem prestar atenção às palavras anteriores como também ao acento  das vogais tónicas e e o quando seguidas das consoantes nasais m e n.  Seja o que for que lermos na Internet, em livros brasileiros, em revistas,  devemos estar claros de que temos de escrever com acento agudo este género de palavras. 

Para ajudar a sistematizar esta informação, aqui está uma tabela com palavras cuja vogal e/o  leva acento agudo em decorrência de preceder uma silaba iniciada por m/n:

e -  m académico, efémero, endémico, blasfémia, académico, epistémico, sistémico, abstémio, prémio, polémica, boémio, grémio, trémulo, polémico, pandémico, gémeo, boémia, anémico, polissémico, epidémico, sémen, efémero, abstémio, lémure, isquémico, anémona-do-mar, glicémico, fonémica, fonémico, sistémico, antiacadémica, endémico.

 e  - n género, congénere, , cisgénero, transgénero, ingénuo, vénia, génio, ecuménico, primogénito, génesis, unigénito, primogénito congénito, génese, endogénese, filogénese, ontogénese, ortogénese, patogénese, psicogénese, partenogénese, sénior, oxigénio, biénio decénio, cénico, fotogénico, ténis, zénite, convénio, psicogénico, patogénico, transgénico, hipoalergénico, alergénico, higiénico, milénio, quinquénio, quadriénio, triénio, neurasténico, helénico, fénix, esquizofrénico, oxigénio, nitrogénio, hidrogénio, halogénio, tungsténio, asténico, homogéneo, heterogéneo, lacrimogéneo, Vénus, , arsénico, gardénia, estrogénio, ténia, Isménia, Eugénio.

om  anómalo autómato gastronómico fisionómico anatómico atómico astronómico, dicotómico, manicómio, vómito, cómico, ómega megalómano, toxicómano, cómoda, Fenómeno, (in)cómodo, económico, socioeconómico, abdómen, ergonómico, nómada, taxonómico, melómano, monómio, binómio, trinómio, indómito, condómino, quilómetro, barómetro, cronómetro, odómetro, termómetro, hidrómetro, anemómetro.

o - antagónico, parcimónia, icónico, atónito sinónimo, homónimo, antónimo, heterónimo, hiperónimo, crónica, crónico, sincrónico, diacrónico, anacrónico, ónus, tónico, atónico, icónico, monótono, económico, tónico electrónico, idóneo, acrónimo, irónico, atónito, canónico, erróneo, colónia, património, matrimónio, autónomo, pandemónio. errónea, lacónico, cónego, bónus, hegemónico, tónica, pseudónimo, platónico, nipónico, cerimónia, harmónico, autónomo, demónio, António, afónico, insónia, acrónico, supersónico, anónimo, topónimo, antropónimo, hipónimo, parónimo tónus, arquitectónico, telefónico, salomónico, Amazónia, Babilónia, daltónico, antifónico, cónico, faraónico, tectónica, astrónomo, agrónomo, electrónica, neurónio, polifónico, eufónico, cacofónico, metafónico, macarrónico, demónio, amónia, rizotónico, António, cónica. 

As palavras graves que terminam em -i ou -u  seguidos ou não de s são graficamente acentuadas: bónus, vírus, júri, lápis, Vénus, ténis, táxi ónus, húmus, lótus, lúpus, pélvis, bílis, busílis, íris. 

Há quem esteja preocupado com mudanças no Acordo Ortográfico. 

Vejamos: a norma ortográfica vigente em Moçambique é a que vigorava até muito recentemente em Portugal; Moçambique, Angola, Guiné Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe. O Brasil seguia uma outra norma. Em 2012, e em alguns países, entrou em vigor o Acordo de 1990. Moçambique não adoptou este acordo pelo que ainda não mudou a sua norma ortográfica. Escrevam como se escrevia antes de 2012.

A ortografia não deve interferir com a o registo ou nível de língua, seja culto, corrente, familiar; formal ou informal. Então, não podem justificar o erro ortográfico com o facto de escreverem no registo informal. Este pode ser a nível do vocabulário escolhido, sobretudo, mas não de ortografia. 

Para melhorarem a ortografia, agora que estudaram as regras, procurem sempre escrever correctamente, mesmo nos sms para amigos e familiares. Tenham em conta que é nessa altura que mais escrevem se calhar. 

Alguém referiu a acentuação de palavras terminadas em «-em» e «-ens» (ex.: *homem/jovens*), que antes eram acentuadas. 

Não sei que texto leu para chegar a isto. Os exemplos que apresenta são de palavras graves  e, segundo a regra, as palavras graves que terminam em "-em" ou "-ens" não recebem acento gráfico (comem, homem/homens jovem, imagem, viagens, ordens, nuvens…).

Deixem-me dizer que são acentuadas as seguintes palavras agudas com mais de uma sílaba:

no plural - parabéns, poréns, vinténs, haréns; obrigada, advêm, intervêm, provêm, convêm, sobrevêm, abstêm, atêm, contêm, detêm, entretêm, mantêm obtêm, retêm, sustêm, 

No singular – advém, intervém, provém, convém, sobrevém 

abstém, atém, contém, detém, entretém, mantém obtém, retém, sustem,  

aquém, porém, também, além, desdém alguém, ninguém refém, amém, harém, armazém, vintém, vaivém, Belém, recém, Jerusalém, Santarém.

Last modified: Sunday, 27 April 2025, 5:03 PM