Concordância nominal - participação obrigatória

Reflexão sobre a concordância nominal

Reflexão sobre a concordância nominal

by ZÉLIA FERNANDO BAI -
Number of replies: 1

O estudo da concordância nominal, no âmbito da gramática da língua portuguesa, revela- se de importância fulcral para a construção de um discurso claro, coeso e linguisticamente correcta. 

Ao aprofundar o conhecimento sobre a concordância nominal, desenvolvi uma maior consciência da estrutura da língua e das suas normas de funcionamento, o que se traduz numa utilização mais cuidada e precisa do português, tanto na oralidade como na escrita.

Em síntese, o estudo da concordância nominal não deve ser encarado apenas como uma obrigação escolar, mas como uma etapa fundamental no processo de aquisição de uma linguagem académica precisa, rigorosa e eficaz

Entretanto, durante os estudos nasceu uma duvida. Vejamos as frases a baixo :

a) Os acidentes verificam- se com maior frequência em alguns *cruzamentos* e *ruas* não *sinalizadas* .

Na frase acima vemos que o adjectivo concorda em gênero e número com o substantivo " ruas".

b) É lamentável a estigmatização a que estão *sujeitos* homens e mulheres *portadores* de deficiência física.

Aqui o adjectivo concorda em gênero e número com o substantivo "homens".

A minha questão é,  porque que na primeira frase o adjectivo não vai em concordância com o substantivo "cruzamentos" como acontece na segunda frase, onde o adjectivo concorda com o substantivo " homens " que está no masculino .

In reply to ZÉLIA FERNANDO BAI

Re: Reflexão sobre a concordância nominal

by VALTER GABRIEL MADADE -
Colega, achei o seu comentário muito interessante. Realmente a concordância nominal pode gerar algumas dúvidas e a sua questão mostra bem isso.

Na frase (a), o adjetivo “sinalizadas” concorda com o substantivo mais próximo, que é “ruas”. Já na frase (b), como aparecem “homens e mulheres”, a regra pede que o adjetivo vá para o masculino plural, por isso temos “sujeitos”.

Então, a diferença está em que, em alguns casos, o adjetivo pode concordar apenas com o substantivo mais próximo, como em (a). Esse tipo de concordância é aceito pela gramática e também muito usado no dia a dia, porque deixa a frase mais natural. Já na alínea (b), como temos dois substantivos de gêneros diferentes (masculino e feminino), a norma culta obriga que o adjetivo concorde no masculino plural, funcionando como uma regra de prevalência do masculino quando há mistura de gêneros. Isso garante clareza e uniformidade no discurso, evitando ambiguidades.